Especialista da Valore Elbrus, explica por que investir em ativos de renda variável e quais os melhores investimentos para 2024 nessa modalidade.
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou, no final de janeiro de 2024, uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do Brasil, a Selic, seguindo a tendência de afrouxamento monetário. Atualmente, a Selic encontra-se em 11,25% ao ano, atingindo seu menor patamar desde março de 2022. Diante desse panorama, é importante que os investidores entendam quais são os melhores investimentos, pensando numa maior rentabilidade.
Segundo o head de renda variável da Valore Elbrus,Tiago de Souza, com o prolongado ciclo de corte de juros, os ativos de risco ou de renda variável passam a chamar a atenção, embora o Brasil ainda mantenha um dos maiores juros reais do mundo, o que torna o investimento em renda fixa ainda atrativo. “Investir em renda variável está se tornando uma necessidade para quem busca construir patrimônio. Em tempos de juros em queda, quem ficar apenas na renda fixa poderá ter resultados cada vez menos expressivos, uma vez que quando se pensa em aumentar o patrimônio, é preciso enfrentar um pouco de volatilidade para obter ganhos significativos”, explica.
Tiago explica que renda variável é uma classificação de investimentos onde a rentabilidade não é conhecida no momento da aplicação e embora haja incertezas, ela é um tipo de investimento que oferece maior potencial de ganhos. “Para lidar com os riscos e ganhos da renda variável é importante entender o seu perfil de investidor, que pode ser classificado entre conservador, moderado e arrojado. Com o perfil definido é possível entender o seu apetite para o risco e como lida com as volatilidades do mercado, lembrando que os riscos da renda variável são proporcionais ao retorno esperado. Com isso é possível selecionar os melhores investimentos como: ações, fundos imobiliários, fundos cambiais, entre outros”, afirma.
Confira os 5 melhores investimentos de renda variável para 2024:
1 – Ações
As ações têm se destacado como os investimentos mais populares na categoria de renda variável, tornando-se cada vez mais acessíveis. Atualmente, qualquer pessoa pode facilmente abrir uma conta em uma corretora de valores e realizar transações com ações sem sair de casa, utilizando um sistema de home broker. Além disso, não é necessário possuir grandes quantias de dinheiro para iniciar, pois existem lotes de ações disponíveis a partir de R$100. Embora fácil, investir em ações sozinho exige tempo, conhecimento e habilidade. Essa jornada pode ser facilitada com apoio de um Assessor de Investimentos e Mesa de Renda Variável, que oferecem estrutura e capital humano para assessorar nas melhores decisões.
Para aqueles que buscam construir patrimônio e alcançar retornos consistentes, a recomendação é investir em ações adotando uma estratégia de longo prazo. Isso implica escolher papéis de empresas sólidas com base na análise fundamentalista, proporcionando uma abordagem mais segura e orientada para o crescimento patrimonial ao longo do tempo.
2 – Fundos de ações
Os fundos de ações representam excelentes alternativas para quem está dando os primeiros passos na renda variável, permitindo investir em ações sem a necessidade de realizar negociações diretas na bolsa. Funcionam de maneira semelhante a outros fundos de investimento: ao adquirir uma cota, o investidor recebe os ganhos proporcionalmente à sua participação no fundo, com a gestão dos ativos sendo conduzida por um profissional responsável.
Nesse contexto, os fundos de ações alocam, no mínimo, 67% de seus recursos em ações e outros ativos correlacionados, como bônus de subscrição e fundos de índice de ações. A principal vantagem desses fundos reside na eliminação da preocupação com as oscilações das ações, visto que é possível contar com a experiência de um gestor especializado para conduzir e otimizar o desempenho do fundo.
3 – Fundos cambiais
O mercado cambial apresenta-se como outra alternativa de investimento na categoria de renda variável, envolvendo a aplicação na variação de moedas estrangeiras, como dólar e euro. A maneira mais prática de ingressar nesse segmento é através dos fundos cambiais, que destina no mínimo 80% de seus recursos a ativos relacionados a uma moeda estrangeira.
Esses fundos desempenham um papel fundamental na proteção do poder de compra do investidor em momentos de crise e flutuações do dólar, por meio de uma estratégia conhecida como “hedge”. Além dos fundos cambiais, existem outras formas de investir em dólar, como minicontratos de dólar futuro, Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e ações no exterior. No entanto, essas opções são mais complexas e voltadas para investidores experientes.
4 – ETFs (Exchange Traded Fund)
Os ETFs (Exchange Traded Fund), também conhecidos como fundos índice, representam fundos de investimento que replicam uma cesta de ativos, podendo ser um índice ou um fundo específico. No Brasil, o ETF mais reconhecido é aquele que replica o Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa. Além disso, existem ETFs que seguem os ganhos do setor financeiro, Small Caps, índices de commodities, entre outros.
A principal vantagem dos ETFs reside na capacidade de diversificar o risco no mercado de renda variável. Ao investir em um ETF, o investidor adquire um “pacote” de ativos conforme um índice específico, eliminando a necessidade de adquirir e gerenciar individualmente cada ativo. Além disso, os ETFs possibilitam a compra de lotes menores de ações, a partir de 10, em comparação com os 100 necessários na bolsa convencional, proporcionando acesso a uma gestão profissional.
5 – Fundos Imobiliários (FIIs)
Os Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) estão se destacando no cenário da renda variável, oferecendo oportunidades de ganhos e geração de renda por meio de aluguéis, sem a necessidade de adquirir um imóvel. Existem diversos tipos de FIIs, abrangendo aqueles que investem em ativos reais e distribuem rendimentos, os que se dedicam a uma categoria específica de empreendimentos (como escritórios, shoppings, hospitais, escolas etc.), e aqueles que adquirem títulos do mercado imobiliário em vez de propriedades, entre outras modalidades.